terça-feira, 29 de março de 2011

A ALMA DE TOLSTOI, Poema de Silas Correa Leite





A Alma de Tolstói

Muito além das montanhas da Rússia
A alma de Tolstói ainda viaja
E se alimenta das impropriedades insanas dos seres
Perdidos como ilhas de nódoas entre tapumes falsos.
A alma de Tolstoi tenta compreender o incompreensível
E quer salvar todos os seres
E alguns pobres seres que são reses entre estátuas e cofres
E ele muito se admira de se perder de si sonhando improbabilidades que não aceita no humanus.

Muito além das montanhas da Rússia
O espectro de Tolstói ainda vaga
Tentando reconstruir a sua terra além da bruma
Que o terrifica no íntimo insarado de pensador.
Porque a alma de Tolstoi é a própria Rússia ferida aberta
E ele procura píer, estação de trem, portos seguros
E alguns outros que lhe vão sendo aberto além
Do que ele de si mesmo deixou como tesouro triste
A vida humana, a besta-fera, o ser desatinado.

Muito além de todos nós que o ainda traduzimos
São tantas as almas penadas que, procuram
Um livro, uma arte, um mudo de regurgitar além do lodo
O que a vida nos dá de horror e neuras e escombros
Como à Leon Tolstoi que escreveu sua guerra sem paz.

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Silas Correa Leite – Poeta, Ficcionista, Ensaísta
Itararé-SP – Prêmio Ligia Fagundes Telles Para Professor Escritor
Autor de CAMPO DE TRIGO COM CORVOS, Contos, Editora Design - E-mail: poesilas@terra.com.br - Blogue: www.portas-lapsos.zip.net