domingo, 26 de abril de 2009

O HOMEM QUE VIROU CERVEJA - Livro de Crônicas de Silas Correa Leite


Um comentário:

  1. DESVAIRADOS INUTENSÍLIOS

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    um homem arrasado carrega um enorme cofre às costas. a sua própria natureza
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    quem inventou a memória, azedou a polenta da vida
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    uma vez achei uma bolinha de gude no miolo de uma jabuticaba vesga
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    miolo de fechadura queria ser lápis de São José Carpinteiro
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    o universo todo é só parte de um neurônio de Deus
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    mães são flautas do sol
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    uma vez vi um pássaro que não existe
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    espiritualmente o ser humano é um tiranossauro terrestre
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    escrevo porque não sei me matar
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    figos maduros têm zíperes de açúcar cristal
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    uma vez fui a um baile de fantasmas: eles ficaram com medo porque eu era o único
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    durante um mês inteiro, fiz regime para emagrecer: perdi 30 dias
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    colabore com as autoridades: cometa um crime perfeito
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    a urina é o vinagre do corpo
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    acompanhe a maioria. ande sozinho
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    se não chover hoje de manhã, chove hoje a tarde. se não chover hoje a tarde, choverá ainda hoje de manhã
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    uma vez vi um burro na sombra: era o espelho de minha infância cortada pela metade
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    sempre quis morrer jovem. quero ver se faço isso com uns cem anos
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    tempestade em copo de água: alka-seltzer
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    mais sumido do que fimose de eunuco
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    batatinha quando nasce, vira fritas no McDonalds
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    para o nosso “sinistro” da Educação, Paulo Renato, Agropecuária é uma plantação de vacas, e uma das partes do globo é a próstata terrestre


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    Poeta Silas Corrêa Leite – de Itararé-SP

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